sábado, 21 de março de 2009

EUA quer reiniciar com Irão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs "um novo começo" nas relações com o Irão. Uma oferta recebida "favoravelmente" mas com prudência, com Teerão a pedir actos concretos do lado norte-americano.

Barack Obama tomou uma iniciativa histórica: dirigiu-se directamente aos líderes iranianos, através de uma mensagem vídeo, e mostrou-se disposto a ultrapassar 30 anos de relações hostis. A mensagem foi acolhida "favoravelmente" mas Teerão quer mais e pediu actos concretos que permitam reparar os "erros passados".

"Nesta época de novos começos, quero falar claramente aos líderes iranianos", disse o presidente dos Estados Unidos, numa mensagem de vídeo dirigida tanto ao regime islâmico como ao povo iraniano por ocasião da grande festa de Norouz, celebrada este ano a 20 de Março.

"A minha administração está disposta a praticar uma diplomacia que trata a totalidade dos problemas que temos perante nós e a procurar estabelecer relações construtivas entre os Estados Unidos, o Irão e a comunidade internacional. Este processo não progredirá pela ameaça. Procuramos pelo contrário um diálogo honesto e fundado no respeito mútuo", disse Obama, numa mensagem legendada em farsi.

"Acolhemos favoravelmente a vontade do presidente norte-americano de pôr lado as diferenças passadas, mas o meio para lá chegar não é pedir ao Irão que esqueça unilateralmente a atitude agressiva dos Estados Unidos no passado", afirmou Ali Akbar Javanfekr, o conselheiro de imprensa do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

"Os Estados Unidos devem reconhecer os seus erros passados e repará-los para pôr de lado as diferenças entre os dois países", acrescentou.
Vários dirigentes europeus, entre os quais o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel, saudaram a iniciativa de Barack Obama. "Trata-se de uma mensagem muito construtiva", resumiu, por seu lado, o chefe da diplomacia da União Europeia, Javier Solana.

A tensão entre os EUA e o Irão é muito pesada, estando as relações diplomáticas cortadas desde 1980 e a possibilidade de uma intervenção militar foi mantida em aberto pelos norte-americanos decididos a impedir que o Irão obtenha armamento nuclear.

Fonte: Jornal de Notícias

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