Há toneladas de crude a navegar em superpetroleiros à espera que os preços nos mercados internacionais subam para serem vendidas. Esta operação, chamada "contango", é equivalente À produção de cinco dias da OPEP, denuncia uma seguradora.
As petrolíferas têm armazenados quase 150 milhões de barris de crude e derivados em superpetroleiros - o correspondente a cinco dias de produção da OPEP - com o objectivo de influenciar o preço, denunciou a EA Gibson Ship-brokers, seguradora de navios.
"Quando o petróleo para entrega imediata é mais barato do que o crude para entrega futura, é mais rentável comprá-lo e armazená-lo para depois o vender mais caro", explica a seguradora. Esta operação de pura especulação tem um nome: "contango".
"Na nossa opinião, existem cerca de 100 milhões de barris de petróleo e provavelmente entre 20 a 40 milhões de barris de produtos derivados", afirmou Steve Christy, responsável de research na EA Gibson Shipbrokers, citado pela Reuters.
O preço do navio não é um problema, porque que as tarifas dos fretes estão mais baixas, devido a uma oferta excessiva de barcos por causa da desaceleração económica mundial. O que faz com que as petrolíferas aluguem navios para armazenar o crude.
Segundo a seguradora, o aumento da utilização dos barcos ainda não está a afectar o mercado dos superpetroleiros (very large crude carriers, em inglês), mas esta prática deverá impulsionar o sector a curto prazo, já que o 'contango' dá um incentivo aos correctores para comprarem agora e venderem depois.
A norueguesa Frontline, por exemplo, alugou 30 dos seus 50 superpetroleiros a petrolíferas no início deste ano com este objectivo. Fazendo as contas ao que estas empresas vão receber e ao que terão de pagar de aluguer, o benefício final será de 19 milhões de euros por navio, noticia o jornal espanhol El Mundo.
Fonte: Diário de Notícias (Online)
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